Arquivo do mês: junho 2014

Leia rápido – esse link vai expirar

Engraçado como somos tentados a ver alguma coisa quando ela chama atenção. E chama atenção alguma curiosidade… alguma coisa que é inédita, breve, que vai passar logo e não vai mais voltar. Isso parece que tem valor. Você tem que ler esse link porque ele vai expirar, some e não volta mais. Preciso ver o que é antes que desapareça! Oportunidade única na vida, é pegar ou largar… somos tentados e às vezes pegamos.

Estamos vivendo em uma época de tentações e de efemeridade. Já estamos acostumados com a ideia de que tudo tem que ser rápido, senão não queremos mais. ‘Leia rápido’ – rápido, ante que você desista; rápido, antes que obrigações te chamem; rápido, porque você vive correndo. Correndo pra que, por que, pra onde?

Não sabemos ao certo aonde queremos chegar, mas sabemos que temos pressa, muita pressa. Pressa de chegar a algum lugar. Que essa nossa eterna pressa se transforme em ânsia – ânsia de viver, ânsia de aproveitar mais cada momento, cada detalhe, de ouvir e ver a vida com a alma solta. Não tenha pressa, não precisa de pressa.

O tempo que você gastou pra ler esse texto é precioso e você precisa de um pouco de ócio… o link não vai expirar. Sua vida um dia sim; aproveite antes disso!

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A INCRÍVEL GERAÇÃO DE HOMENS QUE FOI CRIADA PARA ACEITAR A MULHER QUE ELA QUISER SER (E ELA NÃO SABE O QUE GOSTARIA DE SER)

Não sei se é privilégio meu ter o homem que me aceita como sou. Mas escrevo esse texto partindo do pressuposto que existam (ainda) muitos assim. Só que a mulher, na correria do seu cotidiano frenético, com seus 26 emails por ler, suas 4 amigas esperando pra sair, seus estudos pro curso de francês e seus trabalhos de Doutorado aguardando, não consegue achar. Primeiro porque vai procurar no lugar errado – tudo o que consegue fazer é ir pra balada dançar, beber e descarregar lá o pouco de energia que lhe resta. E no meio da multidão de bêbados fala palavrão, chora, ri, esperneia. E acha bonito.

Depois porque, muitas, estão insatisfeitas com a vida que levam. O pai pagou os estudos; a mãe sempre quis que se formasse; soubesse dirigir; falasse outros idiomas; viajasse o mundo… e ela fez tudo isso! Conseguiu um bom emprego, conseguiu comprar um carro, conseguiu um salário dos sonhos e já pode se sustentar sozinha. Como largar tudo isso e desagradar os pais? E desagradar a si mesma? Não era o que ela sempre quis a vida inteira? Um bom emprego? Como largar um salário gordo daqueles?

Pois é… acontece que nem sempre somos sinceras. Adoramos postar fotos felizes, mostrar nossa independência, sair pra passear sozinha com o cachorro, ir pro salão fazer- tudo-o-que- tem-direito com o próprio dinheiro, comprar bolsas e sapatos, ir pra academia, beber cerveja, assistir futebol, acompanhar UFC, aprender a tomar whisky e… se sentir solitária. No fundo, é isso que somos. Solitárias. Pedir igualdade de direito para as mulheres foi massacrar nossa paz interior – vivemos em conflito sobre o que queremos ser.

Veja, sou uma de vocês. Estudei, aprendi a dirigir, fiz curso de inglês, francês, pós, arranjei um bom trabalho e casei. E o que eu queria era voltar ao passado na época em que se tinha tempo pra ter filhos, pra cuidar dos filhos, cuidar da casa. Cuidar do marido, ir ao mercado com tempo e com calma – e não escolher legumes que nem sei o nome porque acabei de sair do trabalho correndo atrasada nervosa estressada e quero chegar em casa e cansada e sem tomar banho e de salto ir pra cozinha fazer alguma comida que eu nunca fiz porque quero agradar meu marido e quero aprender a fazer alguma coisa porque nem bolo de caixinha sai direito e o meu chefe já está ligando de novo e daqui a pouco meu marido vai chegar e eu estou no meio da cozinha e tudo o que coloquei no forno já está queimando meu Deus do Céu que desespero!!

Meu marido aceita muito bem minha posição. Se eu quero trabalhar, está tudo certo. Não precisa de janta, de mais cuidados com a casa, de nada. Mas EU não aceito bem isso. E acho que às vezes é o que acontece com a gente. Estamos espantando os homens! Fingimos pra eles que queremos nossa independência (e sim, muitas vezes queremos! É bom ter o próprio dinheiro pra comprar o que quiser), mas gostamos MUITO da moda antiga. Só que nem cogitamos parar de trabalhar. Precisamos do nosso salário pra ajudar a sustentar a casa. Pra ajudar a comprar a viagem de final de ano. Pra fazer o nosso cabelo, nossa unha, nossa maquiagem. Como pedir pra eles? Não queremos! E eles adoram essa situação; a mulher ajuda com dinheiro em casa! Como desagradar nosso pai, que indicou esse caminho desde o início? Falar pra ele que vou virar uma dona de casa? Nem morta!

 

Os homens não foram criados de forma errada. Eles aceitam e gostam quando a mulher ajuda até a pagar as contas, se for preciso. Talvez as mulheres estejam sendo – não estamos felizes de verdade e vivemos em conflito com a gente mesma. Se independente é o que queremos ser, ótimo. Mas em algum momento nosso instinto deve falar mais alto. A mulher não perdeu suas raízes. Vai ter vontade de ter filho um dia, de cuidar da casa, de viver mais tranquila. E não conseguimos aguentar tudo junto. Nós mostramos para o homem e para nós mesmas alguém que não somos, lá no fundo, bem de verdade.

Cólica, TPM, – tudo acontece no dia da pior reunião no trabalho. Mas estamos lá, firmes e fortes, com um falso sorriso estampado no rosto. O que importa é aceitar bem quem você é hoje. O que está se tornando. E escolher o homem que a aceite do jeito que é. Aceitação não é por conveniência – é por amor e respeito. É só o que deve estar faltando hoje em dia…

Mulheres, avante o cavalheirismo!

 

p.s.: como a maioria de nós – sim, ainda estou trabalhando e não consegui largar tudo o que me amarra e meu pai sempre ensinou. =/ Estou tentando quebrar meu complexo de Electra…

 

Marcela Galvão Bernardi Afonso (sobrenome do marido, com orgulho)

Jornalista e psicóloga

 

 

 

 

 

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